BLOGGER TEMPLATES - TWITTER BACKGROUNDS »

terça-feira, 27 de novembro de 2012


TER, SER

TECER. O verbo surgiu quando ele foi separar um outro que não podia conjugar: ANOITECER.

Fizera-se um grande e profundo mistério, até porque ele... anoitecia. Sabia exatamente quando ele começava a anoitecer. Podia até dizer baixinho: estou começando a anoitecer.

Mesmo ao meio dia, sol a pino, ele, às vezes, anoitecia. Duro demais era saber que o verbo não existia. Um mistério a mais, mais um, recolhido, engolhido, ruminado, abafado.

Assim terminou por, brincando com o verbo que não se conjugava, encontrar outro: tecer. Este podia. Ele podia tecer e ninguém riria disso. Eles poderiam tecer, ninguém se espantaria.

Nasceu o tecer, portanto, dentro de um mistério. E quem ousaria discordar?

Descobriu que tecido era um substantivo. Mas ninguém poderia adivinhar  que anoitecer foi tecido e tecendo seria possível anoitecer, quantas vezes presentisse, necessitasse.

O dicionário ajudava quase sempre e aulas ele se dava e mistérios ele desvendava e lições aprendia, sem que fosse obrigado a ouvir a voz irritante da professora. Ele aprendia-se (sabia que estava errado) porque prendia-se (sabia que estava certo), agarrava-se ao mistério. Horas seguidas, lápis entre os dedos, jogo febril, aula inventada ao menor sopro do vento. Invento outro (pensava) é só querer, mesmo sem sopro de vento.

Soprar era sopro e tinha ar, é claro. Sofrar não podia. Sofrer podia mas não ficava tão bonito assim sem ar.
Mas sofrer era faltar o ar, não era?

Conformava-se. Jogo de beleza e de verdade. Mas beldade não era novo, já existia. E o que ele procurava era o intentado, o impossível, o indizível, o incoberto (que não podia) ao invés do enconberto (que podia).

Um dia, nessas tantas viagens, chegou em Marte porque principiou a pensar em morte. Esticou, complicou, revirou e encontrou:

"Em Marte a morte não faz morteiro nem é mortal, mas em Marte e morte, mexer na letra pode ser fatal."

Mas quando acabou de escrever o que ele chamou de parágrafo misterioso (o primeiro), descobri fascinado que amarte, assim juntinho, podia ser código de amor, em Marte.

Deslumbrou-se. Agitou-se, e escreveu cuidadoso:

Amarte eu quero,
em Marte.
Em Marte não quero
a morte.
Só quero tirando o r
poder dizer amo-te
E se teço e anoiteço
amorteço
sem estar amortecido
mesmo tecendo amor.

Achou parecido um poema. Orgulhou-se. Envergonhou-se. Desnudava-se. Ou mudava-se? Ou mudava? Ou poemava? Descera ao pó e amava? Rouco e quase louco, achou que pouco pode ser parco e, para ir à luta, nesses mistérios, é preciso barco, é preciso arco. Marco. Marcou, antônio.

Era um menino ou era um marco? Era um menino atônito marcando a poesia chegando? Ou era, afinal, só ummenino que se chamava Marco Antônio? 

domingo, 29 de julho de 2012

Quando nenhum lugar me agrada, e meu pedaço de paz parece tão conturbado quanto esse meu interior caótico... bate uma angústia que talvez nenhum lugar sirva, e que portanto talvez nem seja os lugares o problema, talvez não seja o mundo... talvez seja aqui dentro, eu não me satisfaço fácil, não gosto de meias verdades, nem de papos infundados, tem dias (e como eles se multiplicam com o tempo) que nada me serve, nada me cabe, só essa angústia que me consome.
E as horas se tornam agulhas afundando em mim, e os pensamentos martelam, e tudo que ouse me tirar dessa dor, desse ritual... ah! me desperta uma fúria alucinante. E aí alterno, caos, caos, caos, fúria... tudo imerso em angústia. Bela combinação que eu sou.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O tempo passa. Conclusão boba! verdade inquestionável!
Dias de chuva são contra indicados para seres nostálgicos como eu, o tempo passa, pensamento ecoando junto com o barulho das gotas de chuva, e dos carros passando lá fora... do nada, começo a pensar e ver o que o tempo fez comigo, e das pessoas que comigo andaram, ou somente passaram, algumas até hoje permanecem, vai ver que assim como eu, essas também tem um pequeno problema para aceitar que a vida é fluxo.
Em pensamentos rápidos me lembrei como ficava feliz em ouvir o barulho da internet discada para conectar, e dos meus cadernos com desenhos de palhaços chorando (terríveis! nunca fui boa em desenho!), lembrei também da época em que sandubas para mim, só os que vendiam nas esquinas das ruas, e que deveriam ser sempre precedidos de uma oração, da época em que pensava que ser grande ia doer um pouco, doce engano! dói muito!
Os anos passaram, e eu fui me tornando um ser cada vez mais estranho, pois o que vejo na maioria é o que não quero pra mim. Fui me tornando mais sozinha, e aprendi a ser completa sem tanta gente, aprendi a gostar de menos barulho e mais conversa, menor quantidade e maior qualidade, deixei de ler tantos textos melosos e deixar me levar com facilidade por músicas tristes. Mas sabe, não é essa parte de crescer que dói.. o que dói é ver que tudo ao redor é visto com desconfiança, que ao redor do seu tapete existe milhares de mãos tentando puxar, que no meio dessa selva toda é muito mais raro encontrar uma salvação.
Sei que o tempo não vai voltar, as pessoas não vão ficar melhores, e a tendência otimista é que piore, mas esse sentimento bobo, de ter toda aquela leveza de viver , em dias de chuva ecoam como luto, você queria todo aquele sentimento de volta, mesmo sabendo que é impossível. E tal como luto, cai no esquecimento do frenético dia de cão, mas sempre que é lembrado lateja... e grita junto com as batidas das gotas de chuva e de lágrimas.

sexta-feira, 22 de junho de 2012


Caminhei durante muito tempo sem me preocupar com o caminho, quando não se saber por onde ir qualquer sorriso basta, qualquer meio amor consola, qualquer fim de tarde, conversa em um bar, uma noite... Encontrei até algumas curvas nas quais quis parar, mas o ambiente foi um tanto hostil. Querer se dar sem ter quem receber, só não é pior do que não ter o que oferecer.
Um dia desses... mais um desses longos dias que assistia passar, vi um cometa rompendo o céu... fiquei curiosa, queria saber o que era do que se tratava, de quem se tratava afinal... e durante dias conheci uma das coisas mais encantadoras que vi nesse meu caminho.. sabe fiquei anos deixando a paisagem correr, e aí quando encontrei algo que realmente gostei, não deixei ir.
Levei comigo então essa pequena estrela, e ela se tornou minha melhor amiga.. durante os momentos mais escuros do meu caminho, ela sempre brilhava um pouco mais só para me mostrar que o caminho sempre continua, me tocou tão profundamente como nada antes havia tocado, me deixei então iluminar, deixei as claras tudo aquilo que por anos só tentei enterrar... sem medo! pois tudo aquilo que eu precisava, e não via, eu achei na minha pequena estrela.
Passei então a ama-la cada dia mais... por ser simples, por fazer bem, por escolher estar quando tem um céu inteiro pra brilhar.. e acima de tudo, por não saber explicar absolutamente nada!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer


Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Quantas vidas você tem?

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.

Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.

Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem.

domingo, 29 de janeiro de 2012

R.I.P.

Não sei mais como te escrever sem mandar recados. Não sei também enviar tuas cartas a outras pessoas por covardia de te olhar no olhos e entregar tudo que tenho escondido.

Não sei mais como não olhar, como não sorrir, como não cuidar. Juro que não queria sentir sequer um bater de asas no estômago, mas há muito essa revolução se arma todas as vezes que te vejo.
Meus pensamentos estão sempre com você, minha preocupação, desculpe por qualquer coisa que acontecer daqui a pra frente, são caminhos a se escolher e por nunca saber o ponto final do bonde, se acredita no que está escrito na frente... Durante o caminho... pode somente me prometer não esquecer minhas últimas palavras?