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sexta-feira, 22 de junho de 2012


Caminhei durante muito tempo sem me preocupar com o caminho, quando não se saber por onde ir qualquer sorriso basta, qualquer meio amor consola, qualquer fim de tarde, conversa em um bar, uma noite... Encontrei até algumas curvas nas quais quis parar, mas o ambiente foi um tanto hostil. Querer se dar sem ter quem receber, só não é pior do que não ter o que oferecer.
Um dia desses... mais um desses longos dias que assistia passar, vi um cometa rompendo o céu... fiquei curiosa, queria saber o que era do que se tratava, de quem se tratava afinal... e durante dias conheci uma das coisas mais encantadoras que vi nesse meu caminho.. sabe fiquei anos deixando a paisagem correr, e aí quando encontrei algo que realmente gostei, não deixei ir.
Levei comigo então essa pequena estrela, e ela se tornou minha melhor amiga.. durante os momentos mais escuros do meu caminho, ela sempre brilhava um pouco mais só para me mostrar que o caminho sempre continua, me tocou tão profundamente como nada antes havia tocado, me deixei então iluminar, deixei as claras tudo aquilo que por anos só tentei enterrar... sem medo! pois tudo aquilo que eu precisava, e não via, eu achei na minha pequena estrela.
Passei então a ama-la cada dia mais... por ser simples, por fazer bem, por escolher estar quando tem um céu inteiro pra brilhar.. e acima de tudo, por não saber explicar absolutamente nada!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer


Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Quantas vidas você tem?

Meu amor
Vamos falar sobre o passado depois
Porque o futuro está esperando
Por nós dois.

Por favor
Deixe meu último pedido pra trás
E não volte pra ele nunca
Nunca mais.

Porque ao longo desses meses
Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem.

domingo, 29 de janeiro de 2012

R.I.P.

Não sei mais como te escrever sem mandar recados. Não sei também enviar tuas cartas a outras pessoas por covardia de te olhar no olhos e entregar tudo que tenho escondido.

Não sei mais como não olhar, como não sorrir, como não cuidar. Juro que não queria sentir sequer um bater de asas no estômago, mas há muito essa revolução se arma todas as vezes que te vejo.
Meus pensamentos estão sempre com você, minha preocupação, desculpe por qualquer coisa que acontecer daqui a pra frente, são caminhos a se escolher e por nunca saber o ponto final do bonde, se acredita no que está escrito na frente... Durante o caminho... pode somente me prometer não esquecer minhas últimas palavras?


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

DO IT!

(...)

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...


Lenine

Ode ao gato

Pablo Neruda


Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça vôo.
O gato,
só o gato apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.

Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa
só como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite .

Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.

Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertences
ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gato, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos do seu gato.

Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica
o gineceu com os seus extravios,
o pôr e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos têm números de ouro.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

(...) Descobri que minha obsessão por cada coisa em no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, mas como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que não saibam como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado de alma mas um signo do zodíaco.

Gabriel García Marquez, in 'Memória das Minhas Putas Tristes'